sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Jornal becos e Vielas


A ONG Papel Jornal promove, há sete anos, oficinas de texto, foto e design no Jardim Ângela e região. A iniciativa resulta em mídia de qualidade, atuante e cidadã.
João Luiz Marcondes

A seleção dos jovens é feita nas escolas da região.

Bem além das marginais, que circundam a São Paulo rica e de classe média, ficam os jardins de asfalto. Ali, proliferam barracos, botecos, lojas populares, muros grafitados, crianças queimadas de sol, barrigudinhas. Estamos no Jardim Rainere, extensão de outro bairro da periferia da zona sul, o Jardim Ângela, muito conhecido por ter recebido, da ONU, o nada honroso título de “capital da violência”– em 2000, foram 96 mortes por 100 mil habitantes.

É nessa área, de becos e vielas, que circula com Rogério Pixote, 23 anos. Todo sábado ele vai para a redação do Papel Jornhttp://www.blogger.com/img/blank.gifal, uma organização não-governamental, trabalho de voluntários jornalistas e outros profissionais liberais. O Papel Jornal foi idéia da fotojornalista Marlene Bérgamo. No final dos anos 90, quando buscava, ali na região, um personagem sobre violência para uma reportagem da Folha de S.Paulo (onde trabalha até hoje), foi surpreendida por jovens ávidos por informação. “Me ensina a fotografar”, pediu um garoto. “Ensino”, respondeu Marlene.

Em 1999, foi fundada a Papel Jornal, num espaço provisório. Com 20 meninos e meninas de diferentes idades. “Havia, na demanda deles, uma crítica subjacente aos veículos da grande imprensa (rádio, TV e jornais): retratar a periferia de um ponto de vista estrangeiro, distante, antropológico, verticalizado – ricos falando sobre pobres, brancos falando sobre negros, escolados sobre iletrados”, diz um relatório do projeto.

fonte:Becos e Vielas

Um comentário: